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Sindcom - Sindicato dos Empregados no Comércio de Catalão

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Sindcom: Pelo fim da jornada 6x1

Notícias 18/11/2024

Falar da redução da jornada de trabalho é uma questão social. A redução da jornada sempre foi uma pauta presente nas lutas da classe trabalhadora. A última vez que houve mudança foi há 36 anos, quando tínhamos uma jornada de 48h semanais, e conquistamos uma redução para 44h semanais. Agora, a discussão foi reacendida através de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara dos Deputados e que reduz a jornada semanal para 36h. Observando os novos tempos, precisamos avançar, sim, nesta pauta que adequa aos novos modelos de jornada.

A jornada de trabalho 6x1, onde o trabalhador cumpre seis dias de trabalho seguidos com apenas um dia de descanso, tem sido um debate crescente no Brasil, principalmente no contexto das mudanças nas dinâmicas de trabalho e das demandas por mais flexibilidade e bem-estar para os trabalhadores. Esse modelo de organização é comum e muito usado em setores como o comércio, a indústria e serviços essenciais, em que a demanda por trabalho contínuo e a necessidade de atender ao público de forma ininterrupta justificam essa carga horária. No entanto, a estrutura 6x1 tem gerado controvérsias quando se considera o impacto na saúde física e mental dos trabalhadores, além de questões relacionadas à qualidade de vida.

Do ponto de vista da produtividade, uma jornada 6x1 é vantajosa para as empresas, pois garante uma maior disponibilidade de mão de obra ao longo da semana, mas, isso gera prejuízo para os trabalhadores em diversos aspectos. O descanso semanal é fundamental para a recuperação do corpo e da mente. Trabalhar por seis dias consecutivos, com apenas um dia de folga, resulta em estresse excessivo, fadiga e diminuição da qualidade de vida. O impacto nas relações familiares e sociais também deve ser considerado, já que o trabalhador tem pouco tempo disponível para atividades no ambiente familiar.

Em alguns setores, por exemplo, existem movimentações pela flexibilização ou até mesmo redução da carga de trabalho, com o objetivo de preservar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Propostas de jornadas mais equilibradas, com turnos rotativos ou semanas de trabalho mais curtas, têm sido discutidas como alternativas viáveis ​​para melhorar a qualidade de vida dentro e fora do trabalho. Tudo isso sem prejuízos à produtividade e aos salários dos trabalhadores, segundo estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Num contexto de crescente demanda por mão de obra qualificada, a redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários, poderia contribuir positivamente para este desafio na medida em que o trabalhador tenha mais tempo livre e disposição física para investir nos estudos e qualificação. Para as mulheres a situação é ainda mais delicada, pois fora do ambiente de trabalho formal na empresa/organização, elas cumprem uma segunda jornada no lar, cuidando da casa e dos filhos. Situação que provoca desgaste físico e emocional de maneira desproporcional se comparado com os homens.

Hoje vemos todos os segmentos patronais se movimentando contra a PEC em andamento dizendo que haverá alta da inflação e elevação do custo de produção. Quando se fala em avanço e melhorias para a classe trabalhadoras o capital se mobiliza na contramão dos trabalhadores. Quando houve a reforma trabalhista, em 2017, que retirou direitos da classe trabalhadora, não vimos os patrões se manifestarem contra, muito pelo contrário, houve apoio e até patrocínio com o intuito de enfraquecer os trabalhadores.

É importante que os trabalhadores estejam atentos e acompanhem a tramitação desta proposta porque ela traz impactos diretos para a sua vida e de seus familiares. Acredito que os trabalhadores comerciários entregarão resultados mais positivos com a redução da jornada de trabalho. Vale lembrar também que a proposta não trata de quais dias serão trabalhados ou de quais dias serão as folgas, mas sim de um limite de 36h semanais.

Neste momento, a proposta deve ser analisada e discutida com bastante respeito e responsabilidade pelo governo, pelo setor patronal e pelos sindicatos de trabalhadores. Estamos falando não somente de dinheiro, de produção ou de mercado, estamos falando da vida dos trabalhadores, do tempo para o convívio social e familiar. Devemos lutar sempre para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária.

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