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Mulheres jovens têm mais dificuldade de se inserir no mercado de trabalho

Notícias 04/12/2015

Em 2014, havia 4 milhões de desempregadas, mostra IBGE. Formalização disparou em 10 anos, mas caiu em 2014 entre as mulheres.

As mulheres jovens são as que encontram maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, apontou a Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo mostrou que, em 2014, havia 4 milhões de mulheres de 16 anos de idade ou mais desempregadas, e que elas tinham a maior taxa de desocupação, 8,7%, ficando atrás apenas dos jovens em geral, com idade entre 16 a 24 anos de idade, 16,6%.

“São as mulheres jovens que encontram a maior dificuldade de se inserir no mercado, considerando que uma em cada cinco mulheres estava desocupada em 2014, ou 20,8%”, apontou Cristiane Soares, pesquisadora da coordenação de população e indicadores sociais do IBGE.

Segundo o IBGE, no Brasil, a taxa de desocupação feminina, de todas as faixas etárias, era quase o dobro da taxa masculina, entre 2004 e 2014.

“O desemprego feminino tem sido uma preocupação não somente brasileira, mas de grande parte dos países, principalmente num contexto de crise econômica na qual reconhecidamente jovens e mulheres são os primeiros a sentirem os efeitos”, ressaltou o estudo. O resultado, contudo, representa uma redução de 10,9% em relação a 2004.

 

Melhora na qualidade
Apesar do maior desemprego feminino, a pesquisa mostrou uma melhora na qualidade do emprego delas. Houve um aumento de 60% no número de mulheres em empregos formais, enquanto entre os homens esse crescimento foi de 43,6%.

Caiu, porém, em 7,6%, o percentual de ocupados em trabalhos informais, “o que reforça este aspecto positivo na década de geração de empregos de maior qualidade para uma população mais escolarizada”, apontou a análise.

Formalização aumenta
Em dez anos, a proporção da população de 16 anos ou mais ocupada em trabalhos formais aumentou 26,3%, e passou de 45,7% para 57,7%. Em 2014, contudo, houve queda em comparação com o ano anterior para a população feminina, passando de 57,3% para 56,5%.

O IBGE apontou ainda que apesar do avanço da taxa de formalização, as desigualdades regionais permanecem. A região Nordeste possui a menor taxa, 39,6%, mas teve a maior variação do período, 43,1%. Na região Sul, 68,2% estavam ocupados em trabalhos formais no período, um aumento de 29,4% em relação a 2004.

Referência no lar
A pesquisa mostrou ainda que aumentou de 3,6% em 2004 para 15,1% em 2014 a indicação das mulheres como pessoa de referência nos arranjos compostos por casal com filhos, enquanto diminuiu a proporção daqueles que tinham o homem como referência, passando de 67,7% em 2004 para 54,9% em 2014. De acordo com a análise, esse aumento também foi observado nos arranjos sem filhos residentes, passando de 3,4% de 2004 para 10,4% em 2014.

O total de arranjos familiares e unipessoais aumentou de 56,4 milhões para 70,2 milhões em 2014, e o com grau de parentesco mais comum foi o composto por casal com filhos, no entanto, esse grupo caiu de 51% em 2004, para 42,9%, em 2014.


Não economicamente ativas
Entre 2004 e 2014, a população economicamente ativa mostrou um crescimento de 16,1%, menos que o observado na população em idade para trabalhar, 19,7%. A população economicamente ativa, contudo, entre pessoas de 16 a 24 anos, caiu 11,7%.

Segundo o IBGE, isso significa que a dinâmica de crescimento da população está mais acelerada que o ritmo de inserção da população no mercado, seja procurando emprego ou ocupando um posto de trabalho.

“A não participação dos jovens no mercado de trabalho a priori não deve ser visto como um aspecto negativo se, num contexto de crescimento da economia e de expansão do rendimento familiar, a não atividade é vista como um investimento da família em formação ou qualificação”, afirmou o estudo.

Entretanto, os indicadores da população não economicamente ativa mostrou que 69,5% deste grupo é formado por mulheres, e 52,9% não tinham instrução ou o ensino fundamental incompleto, e 21,4% eram jovens de 16 a 24 anos.

Entre as mulheres de 15 a 29 anos que não trabalhavam nem estudam tinham pelo menos um filho, de acordo com o levantamento.

“O crescimento da PNEA (população não economicamente ativa) tem sido uma preocupação de alguns estudiosos do assunto por considerarem que o país não tem aproveitado adequadamente os benefícios da ‘janela de oportunidades’ decorrentes do processo de transição demográfica que, inicialmente, leva a um aumento da população com idade para trabalha”, ressaltou a publicação.

Afazeres domésticos
O estudo mostrou ainda que, em 2014, 90,7% das mulheres ocupadas realizavam afazeres domésticos e de cuidados. Esse retrato é semelhante ao observado em 2004, quando esse percentual era de 91,3%, “mostrando que a maior preocupação das mulheres no mercado de trabalho não implica numa substituição de trabalho”, ressaltou o estudo.

O número de homens que realizam afazeres domésticos e de cuidados também aumentou. O aumento na população feminina foi de 21%, segundo IBGE.

Empregadas domésticas
Cerca de 92% dos empregados domésticos eram mulheres entre 2013 e 2014, mostrou o levantamento. No período, houve aumento de quase 18% no percentual de empregados domésticos sem carteira que contribuíram individualmente para previdência.

Renda
Em 2014, as mulheres ocupadas recebiam em média 74% da remuneração dos homens. Em 2004, esse percentual era de 70%. A pesquisa ressaltou ainda que o crescimento da formalidade no período repercute no indicador de evolução do rendimento real, considerando que foram as mulheres que apresentaram os maiores ganhos na última década, 34,2% contra 26,1% dos homens.

A maior desigualdade, porém, foi observada entre as mulheres em trabalhos informais, que recebiam 50% do salário daquelas em empregos formais. Entre os homens na mesma condição, esse percentual era de cerca de 60%.

"Ou seja, as mulheres no mercado de trabalho informal ganham 50% das mulheres no mercado de trabalho informal. Há uma desigualdade entre as mulheres também", analisou André Simões, pesquisador do IBGE.

A jornada de trabalho de homens e mulheres no trabalho remunerado e não remunerado pouco se alterou nos últimos anos, informou a pesquisa.

Por Cristiane Caoli - G1
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